No dia 24 de abril, dia de aniversário da Embrapa, a empresa assinou um Termo de Compromisso com a Corteva AgriscienceTM. O acordo se refere às pesquisas utilizando Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats, também conhecido como CRISPR, uma técnica de edição gênica que permite realizar edições no DNA da planta seja para eliminar uma característica indesejada, melhorar propriedades nutricionais ou mesmo proporcionar mais resistência a determinadas condições climáticas ou a pragas.
A ferramenta deve revolucionar o melhoramento genético nacional por ser muito mais acessível quando comparada aos métodos atualmente em curso. Por sua eficiência, precisão, baixos custos e facilidade de utilização, CRISPR recorre a enzimas para cortar o DNA em pontos determinados, permitindo localizar e editar genes e fazer alterações pontuais desejadas. De acordo com o pesquisador Alexandre Nepomuceno, da Embrapa Soja, a concretização do acordo permitirá que a Embrapa utilize a tecnologia em todas as espécies vegetais que trabalha e em microrganismos de uso agrícola. “As técnicas de edição de genoma permitem o desenvolvimento de variabilidade genética semelhante ao que poderia ser obtido pelo melhoramento clássico ou outros processos da natureza”, avalia o pesquisador. “Isso reduz custos e deverá ser uma das principais estratégias para inserção de cultivares ou produtos distintos e competitivos no mercado”, destaca.
Sandra Milach, líder de pesquisa da Corteva nos Estados Unidos, ressalta que a ferramenta permite que a empresa dê respostas rápidas ao desafio atual: aumentar a produção e qualidade dos alimentos em meio às mudanças climáticas, que levam a uma redução de recursos naturais. “CRISPR consiste na criação de uma planta melhorada e sem a inclusão do DNA de uma espécie diferente, permitindo o cultivo de alimentos ainda mais nutritivos e com maior agilidade e eficiência”, diz.
O acordo firmado entre Embrapa e Corteva prevê a utilização da técnica para desenvolver variedades de soja tolerantes à seca e resistentes a nematoides. A parceria também engloba pesquisas na área de agricultura digital, termo que designa a análise de dados gerados por softwares, sensores, drones, satélites, que permitem ao agricultor tomar uma melhor decisão sobre como proceder na sua lavoura.