Já foi a época em que a seleção de candidatos para programa de estágios em grandes empresas escolhia o estudante de acordo com a universidade que ele era proveniente. Nos tempos atuais, a palavra guia dos processos seletivos é talento e eles são destinados a pessoas com habilidades múltiplas, capazes de transitar por diversas áreas da companhia e que tenham inteligência emocional e boa comunicação interpessoal. Este é o lema da Corteva, divisão agrícola da DowDuPont, que abriu no início deste mês as inscrições para o programa de estágio 2019. “Não olhamos a universidade de onde o candidato vem, muito menos o gênero, a raça e a orientação sexual. O que conta é a competência, a disposição, as aptidões e a força de vontade”, escreveu Roberto Hun, presidente da Corteva, em um artigo do LinkedIn. Na foto acima, ele participa de um café da manhã com um grupo de estagiários da empresa.
Para Simone Bianche, diretora de RH da Corteva para Brasil e Paraguai, restringir o processo de seleção de estudantes a um grupo de universidades seria limitar diferentes pontos de vista. Embora a tomada de decisão em equipes compostas por pessoas com pensamentos divergentes seja mais trabalhosa, a tendência é resultar em escolhas mais equilibradas. “Na Corteva, valorizamos a diversidade”, diz.
O estudante que deseja participar do processo de seleção para o programa de estágio da empresa precisa estar cursando a universidade (a partir do segundo ano) e ter 30 horas semanais disponíveis. Detalhe: há flexibilidade de horários. Atendidos esses requisitos, o interessado pode se inscrever acessando a área de estágio da Corteva. São duas etapas seletivas. “Tem uma fase preliminar de entrevistas com a Companhia de Estágios e um segundo momento na Corteva com painéis interativos e entrevistas com os gestores”, explica Simone.
Uma vez aprovado, o estagiário passará por um processo de formação e desenvolvimento com treinamentos técnicos e comportamentais. O estágio tem duração de 6 meses, podendo ser estendido por 2 anos. Para concluir o programa, o estudante precisa cumprir o período de contrato e apresentar um projeto. “Eles têm oportunidade de desenvolver um projeto de melhoria em algum processo ou programa da empresa, que poderá estar conectado ou não com o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)”, explica a diretora de RH da Corteva.
Para o presidente da Corteva, que há 30 anos começou a vida profissional como estagiário, a oportunidade é um divisor de águas, que ajuda a cruzar a formação acadêmica com a prática. “Fui trainee da Credicard por dois anos em um programa que proporcionava uma rotação nas atividades. Passei por diversos setores até ser designado para o planejamento financeiro. Conheci a complexidade de uma companhia e a importância de todos trabalharem juntos com um propósito em comum”, compartilhou Roberto Hun em texto em uma rede social.