Profissionais que atuam como técnicos de enfermagem e enfermeiros podem escolher o caminho da especialização. Quem ganha é a sua saúde
A enfermagem é a maior categoria da área da saúde no País, com mais de 2,2 milhões de profissionais registrados, entre auxiliares, técnicos, enfermeiros e obstetrizes. Voltados ao atendimento da população em diversas situações, como atenção básica, parto humanizado e cuidado em todas as etapas da vida, os trabalhadores desse setor possuem formação que vai do nível fundamental ao superior. Pouco se fala, no entanto, sobre a busca por especialização desses profissionais.
Assim como acontece em outras carreiras, a formação continuada possibilita ao enfermeiro ou ao técnico generalista se aprofundar em uma área específica da profissão, podendo, dessa maneira, prestar um atendimento mais adequado ao paciente em hospitais, maternidades, ambulatórios e nas diferentes instituições de saúde.
Segundo o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), esse aprimoramento contribui com a qualidade da assistência, além de permitir ao técnico ou enfermeiro buscar uma melhor posição no mercado de trabalho.
“O profissional que se especializa tem a oportunidade de trabalhar em áreas específicas e explorar novos campos de atuação, além de aprofundar suas competências e avançar no sentido da valorização e reconhecimento”, aponta a presidente do Coren-SP, a Prof.ª Dra. Renata Pietro.
Para dra. Giovana Abrahão de Araújo Moriya, presidente da Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização (SOBECC), a formação continuada também permite que o profissional mantenha-se sempre atualizado.
“Com o avanço tecnológico e científico verificado nos últimos anos, é fundamental que qualquer profissional aprofunde seus conhecimentos e desenvolva habilidades específicas para desempenhar determinadas atividades. Para a enfermagem, essa necessidade constante de especialização não é diferente”, afirma.
No Brasil, as modalidades de especialização para a enfermagem incluem a residência, a formação lato sensu e o título de especialista. A residência é um programa de habilitação realizado sob forma de treinamento em serviço, geralmente em regime de 60 horas semanais, durante cerca de dois anos na área escolhida. A formação lato sensu pode ser realizada por meio da conclusão de cursos com carga horária mínima de 360 horas em instituições reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Já o título de especialista pode ser emitido por associações ou sociedades devidamente registradas no Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) após a comprovação de experiência na área e, em alguns casos, a realização de provas de conhecimento.
Ao longo da carreira, o profissional de enfermagem pode optar por qualquer um desses modelos e, sempre que necessário, deve buscar uma nova especialização. É o caso da dra. Ligia Garrido, enfermeira de São Paulo graduada há mais de 20 anos e especialista em centro cirúrgico, recuperação anestésica e centro de material e esterilização. “Ao terminar a graduação, procurei um curso em enfermagem do trabalho, movida principalmente pela curiosidade do recém-formado e buscando especialização fora do ambiente hospitalar. Contudo, a atuação no bloco cirúrgico de um hospital da capital direcionou minha carreira para a área de centro de material e esterilização”, conta.
Após atuar em um hospital privado e participar de cursos voltados para área, sentiu a necessidade de buscar uma especialização com o objetivo principal de aprimoramento do conhecimento e das habilidades profissionais junto à SOBECC, processo que incluiu uma prova rigorosa. Com os anos, a dra. Lígia passou a liderar equipes de enfermagem e sentiu a necessidade novamente de especializar-se, desta vez em administração hospitalar.
“Do ponto de vista do paciente, e para garantir a segurança, é imprescindível o atendimento por um especialista. A área de centro de material e esterilização, por exemplo, é extremamente técnica e de grande responsabilidade no controle de infecções hospitalares”, destaca a dra. Ligia.
A formação continuada pode ser direcionada tanto para enfermeiros graduados quanto para aqueles com nível técnico, e abrangem um grande rol de opções, como enfermagem da família, do trabalho, em administração hospitalar, terapia intensiva, saúde pública e cardiologia, dentre outras.
O Coren-SP tem incentivado a categoria oferecendo gratuidade àqueles que registram um título de especialista, além de ofertar atividades de aprimoramento em modernos laboratórios de simulação realística, eventos e palestras em parceria com sociedades de especialistas, em sua unidade educacional: o Coren-SP Educação.
Com um canal no YouTube, chamado Coren-SP Sem Fronteiras, o órgão também oferece palestras ao vivo, ampliando ainda mais o acesso às atividades no campo educacional dentro do Estado. “Acreditamos que esse é um passo importante para o empoderamento da categoria. Com o aprimoramento constante, os profissionais conquistam mais destaque em suas áreas de atuação e tornam-se aptos a assumir cargos e posições de gestão e liderança”, destaca a Prof.ª Dra. Renata.