O Ministério do Turismo divulgou no último dia 14 de novembro o novo mapa do turismo brasileiro. A iniciativa destaca as cidades que apostam nessa estratégia de desenvolvimento e aponta que elas estão aumentando. Em comparação com o ano passado, o número saltou de 2.175 cidades em 291 regiões, para 3.285 em 328 regiões. O Nordeste deve se beneficiar mais desta retomada. Ainda segundo o mapa, a quantidade de municípios com vocação turística na região cresceu de 489 para 758. Um dos destaques é o Estado do Ceará, onde o número subiu de 59 para 74.

Para a alta estação deste ano a previsão é que Fortaleza receba 455 voos extras (227 chegadas e 218 partidas) somente no Aeroporto Internacional Pinto Martins entre dezembro e janeiro. A expectativa é que a cidade conte com uma taxa de ocupação média de 98% entre os dias 28 de dezembro e primeiro de janeiro – o equivalente a cerca de 600 mil pessoas, ou cinco pontos percentuais a mais do que o final do ano de 2016.

Na área de Turismo, por exemplo, já há alguns anos vem investindo na ampliação de seu potencial e, principalmente, em infraestrutura para atender bem à crescente demanda de visitantes. Um dos focos do governo é apresentar o Estado como o ponto mais próximo de conexão entre a Europa e o Nordeste, transformando-se no principal ponto de entrada para o turismo na região.

Para que isso ocorra, estão previstos investimentos de cerca de R$ 800 milhões até o final de 2018. Alguns já realizados têm sido fundamentais para
que o turismo interno cresça de 3% a 5% ao ano, e o turismo internacional, cerca de 12% ao ano. De acordo com o governo do Estado, a meta é clara:
fazer com que o turismo, que hoje representa 12% do PIB do Ceará, chegue a 25% em oito anos, tornando-se uma referência tão forte quanto a indústria, que hoje responde por 22%.

CAMINHOS AÉREOS

Boa parte dessa meta passa pelo esforço do Estado em se tornar um importante hub aeroviário nacional. Recentemente, as companhias aéreas Air France, KLM e Gol anunciaram a instalação de seus hubs em Fortaleza. Paralelamente, houve a inauguração do aeroporto de Jericoacoara, que hoje recebe voos da Azul e da Gol, e do aeroporto de Aracati.

A expectativa é que a instalação dos hubs mude a relação do Ceará com o mundo, já que o Estado estará conectado a mais de mil destinos internacionais, por meio da Air France e da KLM, e outros tantos nacionais, através da Gol. Mais do que isso, eles devem trazer benefícios que vão além do turismo. Um estudo da Oxford Economics aponta que a instalação de um hub no Nordeste terá um efeito multiplicador para economia:
cada dólar investido na iniciativa pode gerar de US$ 5,2 a US$ 5,8 em novas atividades econômicas, criando valor em toda a região.

Isso poderia representar um crescimento adicional de US$ 374 milhões a US$ 520 milhões por ano ao PIB da região, ou um acréscimo de R$ 7,1  bilhões a R$ 9,9 bilhões sem um período de cinco anos (levando em conta a cotação de R$ 3,80 o dólar). O estudo também apontou um potencial de geração e de empregos estimado entre 34 e 42 mil postos de trabalho.

Estas expectativas não são exageradas: são pelo menos mais 26 voos semanais: três para Amsterdam (KLM), dois para Paris (Joon) e 21 da GOL. A KLM vai operar três voos semanais para Amsterdã; a Joon, nova companhia da Air France, terá dois voos semanais para Paris; e a Gol promete ampliar seus voos para Recife (PE), Salvador (BA), Belém (PA) e Manaus (AM), além de criar uma nova rota ligando Fortaleza e Natal (RN).

 

Mãos às obras

Boa parte do crescimento obtido pelo Ceará no Mapa do Turismo resulta de uma série de obras que vêm sendo executadas com o objetivo de garantir
comodidade ao turista que chega ao Estado. Para definir os investimentos, as regiões estão divididas em Litoral Oeste, que inclui praias como Jericoacoara, Taíba, Pecém e Flecheiras; Litoral Leste, com Canoa Quebrada, Praia das Fontes, Beberibe e Icapuí; e Interior.

O chamado Litoral Oeste, por exemplo, abrange 13 municípios que, por meio do Programa de Valorização da Infraestrutura Turística do Litoral Oeste (Proinftur), tem recursos de US$ 173,5 milhões. Desse total, US$ 112 milhões são financiados pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina, atendendo à região de Jericoacoara, que recebe cerca de 800 mil visitantes por ano.

Já o Litoral Leste e as regiões de Ibiapaba e Maciço de Baturité recebem melhorias via Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur). A iniciativa tem recursos de US$ 207 milhões e é responsável por obras como duplicação da rodovia CE-040, que inclui a restauração dos trechos já existentes e também a adequação e a duplicação dos trechos compreendidos de Beberibe a Aracati, totalizando 65,7 quilômetros. Por último, no Interior do Estado os investimentos têm reforçado a estrutura em pontos turísticos como o Maciço de Baturité Ibiapaba, também sob a coordenação
do Prodetur.

Destaque no mapa

CEARÁ TEVE AUMENTO DE 25% NO NÚMERO DE CIDADES TURÍSTICAS EM RELAÇÃO AO MAPA ANTERIOR

O mapa do turismo do Ceará cresceu 25% em relação ao ano passado. O Estado passou de 59 para 74 cidades com vocação turística, distribuídas em 12 regiões. Foram incluídos 16 destinos e excluído apenas um. De acordo com o novo mapa, 32 municípios estão nas categorias A, B e C, que concentram o fluxo de turistas domésticos e internacionais. Como exemplo, há destinos como Caucaia, Fortaleza, Jijoca de Jericoacoara e Sobral. Os
demais 42 municípios figuram nas categorias D e E. Esses destinos não possuem fluxo turístico nacional e internacional expressivo, no entanto, alguns têm papel importante no fluxo turístico regional e precisam de apoio para a geração e formalização de empregos e estabelecimentos de hospedagem.