As obras em rodovias e ferrovias previstas para os próximos anos terão um impacto positivo na agilidade dos transportes terrestres. Pesquisadores da Fundação Dom Cabral (FDC) apostam em queda de 9,8% na distância média de transporte em 2025. Em vez de percorrer 861 quilômetros para efetuarem entregas de cargas, caminhões e trens viajarão 776 quilômetros até o destino. O cálculo, publicado no estudo Projeções para a Infraestrutura de Logística de Transportes no Brasil, também leva em conta o crescimento de 20% no volume de cargas (medidas em toneladas úteis) entre 2015 e 2025.


A Ferrovia Transnordestina, que ligará o município de Eliseu Martins (PI) aos portos de Pecém (CE) e Suape (CE), é considerada uma das responsáveis pelo o impacto positivo na otimização do tempo dos motoristas. A via férrea de 1,7 mil quilômetros ajudará a região Nordeste a estabelecer conexão com outros estados brasileiros, favorecendo também as exportações.

Em andamento, o trecho entre Tocantins e São Paulo da Ferrovia Norte-Sul é outra obra importante para o transporte de cargas. Com trajeto de 1,5 mil quilômetros, a linha impulsionará a economia do cerrado brasileiro ao facilitar o escoamento de produtos agrícolas. O levantamento da FDC ainda destaca a Ferrogrão, entre Mato Grosso e Pará, e o trecho baiano da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL).

Nas estradas, projetos de grande impacto se concentram no Centro-Norte do País. Pavimentações devem ocorrer nas BRs 163 (Mato Grosso e Pará), 230 (também no Pará) e 235 (Bahia). Há previsão para a duplicação da BR-101, que percorre Alagoas, Bahia e Santa Catarina.

Mas ainda há muito para ser feito. Além de concluir os projetos previstos, o Brasil precisa planejar novas intervenções na infraestrutura. Caso não haja implementação de projetos após 2025, o setor do transporte de cargas voltará a sofrer. “Já não é mais o caso de argumentar se o País precisa de grandes investimentos, mas sim de priorizar projetos que reduzam de forma rápida a diferença negativa entre os sistemas de transportes nas macrorregiões”, afirma o professor Paulo Resende, um dos coordenadores da pesquisa.