Saúde

Produtos ilícitos trazem prejuízos para a economia e a saúde

Em 2016, a Associação Brasileira de Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) e a Alfândega da Receita Federal de São Paulo firmaram um convênio de parceria para combater o comércio de artigos ilícitos deste setor. No período de doze meses já foram destruídas 17 toneladas de itens falsificados ou contrabandeados. “A variedade de produtos é grande”, afirma Ricardo de Nóbrega, gerente de comércio exterior da ABIHPEC e responsável pela parceria com a Receita. “Há desde itens de maior valor agregado, como maquiagens e perfumes, até escovas de dente, xampus, condicionadores e sabonetes”.

As 17 toneladas destruídas no período representam R$ 3 milhões, uma quantia pequena em relação ao tamanho do mercado ilícito.  Apenas no estado de São Paulo, os prejuízos com esses itens totalizam R$ 1,5 bilhão por ano, de acordo com o estudo Mercados Ilícitos Transnacionais em São Paulo, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). O valor corresponde a 9,64% do segmento de HPPC. Estima-se que, no Brasil, o mercado ilícito movimente R$ 4,3 bilhões.

A venda desses produtos provoca vários prejuízos ao país e põe em risco a saúde dos brasileiros. Como não recolhem impostos, retiram R$ 1,9 bilhão dos cofres públicos, recursos que poderiam ser usados para a construção de escolas, hospitais e outros serviços para a população. Além disso, deixam de gerar 16 mil empregos formais num dos setores mais dinâmicos da economia.

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Os problemas não se restringem às perdas econômicas. “Costumo receber em meu consultório muitos pacientes sofrendo os impactos de terem usado produtos falsificados”, afirma a dermatologista Giselle Sanches, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Entre as reações mais comuns, estão alergias, queimaduras e perda de pelos e cabelos. “Usar produtos falsificados é um risco enorme para qualquer pessoa. Para crianças e idosos, que são mais sensíveis, o perigo é ainda maior”, alerta.

Na opinião de Edson Vismona, presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria (FNCP), é preciso agir com firmeza para combater o mercado ilícito. “São impactos muito grandes e que exigem ação por parte do governo”, diz Vismona. “O aumento excessivo de impostos, por exemplo, é um estímulo ao comércio ilegal e deve ser evitado”.

Para fortalecer o combate aos produtos ilícitos, a ABIHPEC vem se empenhando na concretização de parcerias com outras unidades da Receita Federal. “O convênio com a Alfândega da Receita Federal de São Paulo pode servir de exemplo e tornar mais simples a aplicação em outras regiões”, diz Nóbrega. “Esperamos constituir novas parcerias ao longo de 2017”.

Sem dor de cabeça

Veja algumas dicas para evitar a compra de produtos ilícitos:

– Recorrer sempre a lojas de confiança. No caso de comércio virtual, procurar por referências em sites especializados

– Desconfiar de grandes promoções e de produtos que estejam sendo vendidos muito abaixo da média de preços normalmente encontrada

– Fazer uma análise cuidadosa da embalagem. As falsificações costumam ter frascos de má qualidade e até erros de ortografia nos rótulos

– No caso de produtos importados, checar se há etiqueta com modo de usar, precauções de segurança, composição química, endereço e CNPJ do importador, país de origem e prazo de validade. Essa é uma exigência da Anvisa

– Quem vende produtos ilícitos não paga impostos. Por isso, a ausência de nota fiscal também é um indício de que há algo errado

Ouça o boletim da Rádio Estadão sobre o tema:

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