Nos próximos anos, a gestão das grandes cidades pode passar por uma revolução graças à adoção de novas tecnologias para planejamento, otimização e monitoramento. Ao menos é isso o que afirmam especialistas e estudiosos de temas ligados a urbanismo, meio ambiente, infraestrutura e mobilidade.

São diversas as soluções que podem contribuir com o cotidiano das cidades. Semáforos que se adaptam ao movimento, ônibus com trajetos otimizados, próximos das necessidades dos usuários, destinação correta do lixo, postes de iluminação que se desligam quando não há ninguém por perto, redução no consumo de combustíveis fósseis.

“Essa ideia [das Cidades Inteligentes] tem potencial para diminuir o enorme desperdício de recursos que a gente tem hoje em dia e também diminuir o impacto ambiental negativo que a vida nas cidades promove”, diz Fabio Kon, professor do Instituto de Matemática e Estatística (IME-USP) e Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da Internet do Futuro para Cidades Inteligentes.

Ou seja, soluções muitas vezes simples vão gerar impacto positivo para estimular o uso mais eficiente de recursos e serviços em áreas essenciais ao bom funcionamento de grandes cidades, casos de educação, meio-ambiente, mobilidade urbana, segurança.

Na área da saúde, por exemplo, Kon aponta como possível alvo o Sistema Único de Saúde, cujo atendimento não é informatizado. Mais do que isso, as soluções inteligentes são fundamentais para manter de pé as grandes cidades, que ano a ano parecem cada vez mais abarrotadas.

De acordo com projeção da Organização das Nações Unidas (ONU), até 2030 60% da população mundial estará vivendo em grandes cidades. Em 2050, a fatia sobe para mais de 70% da população. Não à toa já existem diferentes agentes empenhados para enfrentar o problema.

A busca por cidades melhores une poder público, empresas privadas e instituições de ensino. A 99 é uma das empresas que trabalham para desenvolver soluções justamente para as principais questões urbanas. “A maior parte das cidades brasileiras não tem um monitoramento eficiente sobre congestionamento no trânsito. A gente pode, por exemplo, usar dados coletados pelo GPS dos carros cadastrados para fornecer informações sobre o trânsito”, explica Ana Guerrini, head de Políticas Públicas e Pesquisas da 99.

Com abundância de dados, a 99 trabalha em conjunto com as prefeituras para entender quais são as melhores formas de contribuir. Conheça algumas ações com participação da 99 que estão em desenvolvimento:

Rotas de ônibus

Há 20 anos, os táxis passavam a maior parte do tempo vazios, queimando combustível, enquanto circulavam em busca de passageiros. Com o aumento no número de pontos de táxi distribuídos pelas cidades a situação melhorou, mas pouco. O quadro se transformou quando aplicativos de mobilidade, como a 99, conectaram clientes aos fornecedores do serviço de transporte.

Agora a empresa também pode contribuir para repensar os trajetos do transporte coletivo, tornando-os mais eficientes. Dados da 99 ajudam a traçar o perfil de quem procura por transporte, levando em consideração principalmente onde a demanda aumenta e quando. Com a contribuição do poder público, informações como esta poderiam servir para planejar com precisão em quais locais da cidade deve haver ponto de ônibus a fim de atender a população da melhor maneira.

Integração no transporte

A 99 acredita que pode integrar diferentes modais de transporte na cidade – ou seja, um carro particular da 99 pode servir como transporte de curto trajeto entre casa e estação de metrô ou trabalho e parada do ônibus. Vale principalmente para quem não está próximo do transporte público e, por este motivo, hoje se vê forçado a utilizar carro próprio para trabalhar.

No Rio de Janeiro, a empresa fechou uma parceria com a concessionária MetrôRio para oferecer um cartão de integração que dá direito a cinco viagens de metrô e desconto em cinco corridas de táxi ou carro particular, pedidos via app 99 a partir de qualquer estação do Rio. “A ideia é mostrar que é viável as pessoas deixarem de ter carro e usarem o aplicativo para chegar até o transporte público. A gente quer fazer essa etapa do trajeto, da estação de metrô até a casa ou o trabalho”, segundo Guerrini.

Transporte de madrugada

Se durante o dia os meios de transporte circulam repletos de gente, durante a madrugada os ônibus em atividade podem ser encontrados quase vazios. A 99 acredita que pode ajudar a otimizar o uso do transporte nos horários alternativos.

Como exemplo a companhia cita Colorado, nos Estados Unidos. O estado americano percebeu que seria mais vantajoso financeiramente subsidiar carros compartilhados para quem precisasse de transporte de madrugada a ter uma van que levasse os passageiros a outro modal.